Ano letivo começa (mal)

A educação em busca de mais respeito
Arquivo/Google/Imagem Ilustrativa

Dois absurdos sem perdão.

O ano letivo em Ilhéus começou somente ontem, dia 27 de abril. E em muitas escolas os alunos voltaram da porta, não houve aula, por que não há professor para atender a demanda. Ontem, somente ontem, o governo municipal fez publicar no Diário Oficial a convocação de 232 profissionais aprovados em seleção pública.

Isso é que é planejamento, senhor prefeito!

Estes profissionais, ainda esta semana, estarão nas salas de aula. Mas sem nenhum tipo de debate sobre qual é mesmo a educação que o município quer oferecer. Eles não participaram da Jornada Pedagógica e cairão de paráquedas em salas com estudantes desestimulados e despreparados.

Será por osmose mesmo.

Recentemente, diretores de uma tradicional escola municipal, localizada no centro da cidade, estiveram diante de duas situações preocupantes. Uma menina de 11 anos foi levada à direção por estar fumando maconha nas proximidades do estádio Mário Pessoa. Um outro menino, de 12 anos, chegou armado (e não eram livros as suas armas) para assistir aula. Queria se vingar de uma professora que lhe deu nota baixa.

Pior é que este não é um fato isolado.

Estas são as duas - e duras - realidades da educação de Ilhéus, que lá adiante (não muito distante assim) se encontram com as tristes estatísticas policiais.

A grande maioria dos crimes cometidos na cidade tem como vítimas, jovens adolescentes, negros, pobres e de pouco estudo.

E é obvio que uma coisa está diretamente relacionada à outra.

Se não há estímulo para uma educação de qualidade, haverá outras formas mais instigantes de se tocar a vida, até quando ela puder ser levada. Na maioria das vezes, por pouco tempo.

Quando iremos, de fato, transformar nossa educação em coisa séria?

Afinal, que futuro é essse que estamos escrevendo?